sexta-feira, 13 de abril de 2012

A decisão do STF sobre os fetos anencéfalos

Wellington Balbo – Bauru SP
A vida na Terra é feita das mais diversas provações. São testes que como alunos da vida temos de passar para, enfim, obtermos o diploma e o conhecimento necessários para irmos adiante, avançando na hierarquia dos mundos e podendo, então, crescer como espíritos imortais. A Terra é apenas uma escola, um estágio evolutivo e não ficaremos nela para sempre.
Portanto, as provas podem ser vistass como desafios que são necessários ao nosso aprimoramento. Temos de pasar por elas, não adianta adiar.
Esta introdução é para mostrar que por mais complicados sejam nossas provas podemos vencê-las realizando esforços. E que esforço deve realizar uma mãe e toda família ao decidir levar adiante a gravidez de um feto anencéfalo. Não queremos aqui minimizar o sofrimento de quem quer que seja, tampouco sermos juízes julgando implacavelmente o comportamento alheio. Sabemos das dores, ou melhor, imaginamos que sejam dores pungentes.
No entanto, o que queremos aqui é mostrar um outro ponto da questão, o lado espiritual. Alunos em trânsito por esta escola temporária é de suma importância que nos atentemos para o fato de que nossa história não começa aqui, ao nascermos. Somos espíritos milenares carregando bagagens e necessidades evolutivas das mais diversas. Somos seres bem antigos, temos biografia espiritual, temos história...
O filho que trazemos no ventre, seja com ou sem cérebro é, acima de qualquer coisa um espírito que necessita passar por esta prova. Em face de tão grave realidade fica o questionamento:
Será útil para aquela criatura que abrigamos no ventre interromper a gravidez? E a sua realidade, suas necessidades evolutivas? Será justo pensarmos apenas em nosso sofrimento e esquecermos de que ali está um espírito imortal que precisa de nosso amor e carinho? Lembro da querida educadora Maria Montessori que afirmava que a educação começa no ventre. Será que poderíamos praticar esta educação da alma com relação ao filho que temos em nosso seio? Será que poderíamos dizer: Eu te amo, você é amado e poderá nesta encarnação viver poucas horas, mas ainda assim será amado e retornará, quem sabe, à nossa família para darmos prosseguimento a nossa história.
Ah, a reencarnação! Só mesmo a reencarnação para abrir as chaves do intrincado labirinto dos sentimentos humanos, explicando o que é para muitos inexplicável e pode ser resolvido com uma simplista votação sem os aprofundamentos adequados nas questões do espírito imortal.
Sem o conhecimento da reencarnação qualquer tipo de julgamento acerca de temas como, por exemplo, a interrupção da gravidez em caso de fetos anencéfalos é capenga. Os ministros do STF, sem o conhecimento das necessidades evolutivas dos espíritos que habitam a Terra, optaram por permitir que a gravidez seja interrompida. Como espírita discordo da decisão dos magistrados. Repetimos que não desprezamos a dor e a dificuldade da mãe que se depara com tão complicada provação, todavia vale lembrar que, como dissemos acima, este é um planeta de provas e, indubitavelmente, interromper a gravidez equivale a entregar a prova ao professor sem responder as questões mais importantes.
Pensemos nisso!

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